Os talentosos ídolos “teen“ do NX Zero já somam mais de uma década de estrada e agora são homens de 28 anos de idade, cada vez mais experientes no palco, e antenados com a cultura de outros ritmos. No recém-lançado álbum de inéditas, “Em Comum”, escute a banda de garotinhos (agora homens) tocando mais madura, sob novos horizontes.


Como um ótimo exemplo dessa nova fase, você já imaginou o vocalista e o guitarrista do NX Zero escutando Marisa Monte? Você tem ideia de como foi parar no single novo, “Sem Hora Para Voltar”, uma citação de Zeca Pagodinho?

Um caldeirão de diversas referências, de antes e depois da era da internet, acompanha a empolgante trajetória do NX Zero. Confira as mais diversas playlists criadas para o YouTube Trilhas, enquanto você lê uma entrevista exclusiva com eles, abaixo:


Di – A partir do disco Projeto Paralelo, o hip hop passou a influenciar definitivamente o NX Zero. A gente vem de lugares diferentes, mas o estilo de vida musical é muito parecido. O nosso som anda junto com o skate e com várias outras coisas em comum. A troca é bem bacana, fiz uma música pro disco do Kamau, outra com o Emicida, e também criamos algumas com a Negra Li.
FI - Sempre ouvimos e foi uma influência de atitude pra gente. Mas agora o rap passou a fazer parte do processo de composição. A letra passou a vir antes melodia, e isso é novo pra gente. O DI ficou mais livre pra compor.
Daniel – A temática deu uma mudada também, como em “Maré” Falamos de outros assuntos agora, e de forma bem mais direta. Quero falar sobre isso, escrevo, e pronto.



YT – O que mudou em 10 anos de carreira?
Di – A gente tinha 17 e 18 anos quando escreveu as primeiras músicas. Atualmente, eu já posso falar mais de política, porque eu sei falar um pouco mais do assunto. Eu pago meus impostos e as contas da minha casa. O NX é muito sincero com as paradas, é como se fosse um diário. A gente acha irado lembrar de tudo que fizemos, não renegamos o nosso passado. A gente cresceu e a galera foi vendo as nossas mudanças.
Gee - A era da internet mudou tudo. Não dá pra classificar mais um gênero e dizer que só ouço isso. Tá tudo bem eclético. John Mayer fez um disco country e outro álbum de blues. O rap tá fazendo samba. Vanessa da Mata tocou muito bem com o Ben Harper, etc, etc. Ficou mais fácil se misturar nos projetos.
Fi – A galera que tem 16 anos hoje trata a gente como dinossauros do rock, eles tinham seis anos quando o NX Zero surgiu. Já o público que ficou mais velho junto com a gente, agora compra seu próprio ingresso, vai de carro aos shows, sem a ajuda dos pais. Gostamos de tocar para as duas galeras.
Gee - Pela convivência na estrada e nos festivais com o Capital Inicial, Skank, Jota Quest e Paralamas, vimos shows sensacionais de perto e aprendemos muito.

YT – Quais artistas seus fãs nunca imaginariam que vocês escutam?
Di – Tem muita coisa que eu escuto no dia a dia e as pessoas não imaginam, naturalmente, porque ouço muitos estilos diferentes. Vou lembrar de alguns, como o Demônios da Garoa, Marisa Monte, Adoniram Barbosa, NOFX, e vários outros.
Gee – Eu também acho, a Marisa Monte é demais. A melodia dela é maravilhosa. Escuto também Face to Face, The Jám e The Roots.

Daniel – Pode crer, The Roots... Ouço ainda Marcelo D2, Red Hot Chilli Peppers, Snoop Lion e Mayer Hawthorne..



YT – Quais as principais influências que continuam presentes no NX Zero?
DI - Das influências de todos os tempos da banda, acho que não podemos deixar de citar o Foo Fighters, o Led Zeppelin, o Bruce Springsteen, o Incubus, o Jay Z, o John Mayer e os Raimundos.
YT – Quais são os novos sons que o mundo precisa prestar atenção?
Di – Tem uma banda muito boa que estou ouvindo direto chamada The Neighbourhood. Ouçam agora a faixa “Sweater Weather” que é ótima. Aqui do Brasil, tem o Rael da Rima, que não é tão novo, mas a molecada precisa conhecer. Indico facilmente o Rashid  e o Projota também.  
Daniel – Eu recomendo o novo álbum do Arctic Monkeys “AM”, e do Mayer Hawthorne “Where Does This Door Go”. O cantor soltou uma faixa ótima no disco, “Her Favorite Song”, que tem um clipe incrível com uma banda de cachorros, e eles são de verdade. Da cena nacional, eu diria que ouvi bastante o álbum do Emicida, espero pelo novo do Vanguar e gostei bastante do Vespas Mandarinas. Me impressionei bastante também com a voz do Filipe Cato, que é meio Ney Matogrosso com Elis Regina, e é super novo.  

O NX Zero não está sozinho, com sua revolução sonora. Fique ligado onde a música acontece, porque toda semana tem artista novo no YouTube Trilhas.